Desacelere. Sua vida vale mais.

Até quando vale viver acelerado e robotizado?

Daniela Pires

5/14/20252 min ler

O slogan da campanha "Maio Amarelo" nunca foi tão verdadeiro como neste mês para mim.
Entrei numa corrente de trabalho incessante e, sinceramente, não sei para quê. Para onde eu ia? Onde eu queria chegar? Talvez seja o Sol em Capricórnio — nasci quase meio-dia, em 2 de janeiro — ou talvez seja uma missão...

Mas a verdade é que eu não estava vivendo. Eu estava sobrevivendo.
Meu tempo era pessimamente administrado, até que um vírus — um simples vírus — arrebentou meu corpo e me colocou numa cama. Fiquei quase uma semana internada no hospital.

E tudo isso aconteceu no Dia das Mães.
Eu, mãe de quatro filhos, fui ao pronto-socorro por causa de uma febre que não passava. Fiquei quatro horas fazendo exames, de um lado para o outro. No fundo, eu já sabia que era algo sério.
Fui internada. E desde então, estou aqui.

Teve que ser um vírus para me parar.
Porque eu não ouvia nem o meu corpo. Minha mente estava acelerada, correndo para chegar aonde?

Depois que você morre, tudo se separa à força. O trabalho continua. Vão colocar outra pessoa no seu lugar. As contas morrem com você.
Então, para quê se matar para pagar conta?

São acontecimentos assim que nos fazem olhar com mais amor e entender:
Por que tanta pressa?
Por que não temos tempo para brincar com os filhos?
Por que não conseguimos sentar para comer com calma à mesa?
Por que não temos tempo para nada?

Estamos sobrevivendo numa época comandada por telas.
As pessoas se sentam num restaurante, cada uma na sua tela, comem e vão embora.

Enquanto eu vinha para o hospital, muito mal, li uma placa:
"Desacelere. Sua vida vale mais."

Sim. Ela vale mais.

Amanhã eu saio do hospital. Mas saio uma nova Daniela.
A minha primeira prioridade sou eu.
A segunda também.
A terceira e a quarta, igualmente.
A partir da quinta, começo a colocar os outros: minha família, meus filhos, meu marido. E só depois, as outras pessoas.

Não houve psicografia no dia 12 porque eu estava doente.
Recebi recados desaforados por não realizar um trabalho que faço voluntariamente, com amor. Eu não ganho nada para psicografar cartas de familiares.

Desacelerem. Olhem para vocês.

Neste instante, com todo o meu amor, retiro todo o poder que dei a qualquer pessoa de drenar a minha energia e de me tirar do lugar que eu pertenço.
Tomo de volta a minha força.

A partir de agora, ressurge uma nova Daniela.
Uma Daniela que cuida de si mesma em primeiro lugar, da sua saúde, para depois poder cuidar do outro.

É como a regra do avião: coloque a máscara primeiro em você e depois em quem está ao seu lado.

A Daniela do passado morreu no domingo, quando fui internada.
A nova Daniela sai daqui transformada.

Quanto vale a sua vida?
Até quando iremos nos anular, nos humilhar em prol do outro?
E esse "outro", muitas vezes, não compreende quando você adoece — e ainda manda recados desaforados.

Hoje, retiro todo o poder que essas pessoas tinham sobre mim e minha vida.
A partir de agora, para elas, só existe uma palavra: NÃO.

Eu não preciso mais me diminuir para atender às necessidades de ninguém.
Não.

E quanto ao dinheiro?
Ele vem.
Não corro mais atrás do dinheiro. Ele vem até mim.
E assim, eu vivo com leveza.
Pago as contas que posso, com o que tiver. Faço o que eu puder fazer.

Não me cobro mais.
Minha vida vale muito.

Desacelere.