Injustiça Sistêmica na Família: O Desafio do Feminino Primogênito

História de Luiza e Rodrigo parte 1

Daniela Pires

10/13/20254 min ler

Nos primeiros quatro anos de vida, Luiza recebeu afeto, mas não foi verdadeiramente reconhecida como filha primogênita, nem mesmo em relação a seus primos — Marcos, filho do tio por parte de pai, e Fernando, filho da tia por parte de mãe. A percepção de desigualdade começou cedo, criando uma sensação de invisibilidade.

A situação se intensificou com o nascimento de seu irmão Rodrigo, quando Luiza tinha quatro anos. Toda a atenção de seus pais se voltou para ele, deixando claro o tratamento desigual entre os filhos. Esse padrão de favoritismo se repetiu ao longo dos anos.

Em 1988, aos 13 anos, Luiza teve um ano exemplar na escola, tirando boas notas e se dedicando intensamente. Seu maior desejo era ganhar uma bicicleta para ir e voltar da escola, planejando até mesmo começar a trabalhar quando completasse 14 anos e pudesse tirar sua carteira de trabalho. No entanto, no Natal daquele ano, a bicicleta foi presenteada a Rodrigo, enquanto Luiza recebeu apenas uma camiseta e um cachecol.

Quando Luiza finalmente conseguiu comprar sua própria bicicleta, aos 14 anos, com seu primeiro salário e financiando o restante em 12 parcelas, ela foi alvo de deboches de Rodrigo, que já tinha recebido uma bicicleta do pai sem esforço. Essa situação exemplifica como o privilégio do irmão contrastava com o esforço constante de Luiza.

As injustiças familiares continuaram ao longo do tempo. Para conquistar algo, Luiza precisava trabalhar, enquanto Rodrigo recebia tudo dos pais. Ele reprovou o primeiro ano do ensino médio duas vezes e, aos 18 anos, ganhou um carro. Já Luiza, ao entrar na faculdade, não recebeu nem mesmo um parabéns e precisou que sua avó custeasse parte de seus estudos, enquanto Rodrigo nem concluiu o ensino médio.

A história de Luiza evidencia como padrões de injustiça sistêmica podem se perpetuar dentro das famílias, afetando autoestima, conquistas e oportunidades de vida. É um lembrete de que o olhar atento sobre a distribuição de afeto e recursos é essencial para evitar que tais desigualdades continuem moldando destinos.

Em muitas famílias, existe uma injustiça sistêmica que passa despercebida: o não reconhecimento do feminino e a anulação do papel da filha primogênita. Tradicionalmente, o primogênito, independentemente de ser homem ou mulher, carrega uma força ancestral para abrir caminhos e desbravar o sistema familiar.

No entanto, nem sempre essa força é respeitada. Na história que apresento, Luiza é primogênita em duas famílias, mas enfrenta a anulação do seu potencial pelos primos e pelo irmão homens. Essa dinâmica evidencia como o sistema familiar pode favorecer um gênero em detrimento do outro, obscurecendo o valor e o papel do feminino.

Esta narrativa será contada em 6 episódios, com um novo episódio a cada dois dias. Para acompanhar a trajetória de Luiza e entender melhor essas questões familiares, convido você a se inscrever no canal do Youtube, seguir no Instagram e no TikTok.

Sou Daniela Pires, consteladora. Venha constelar comigo e compreender mais profundamente os vínculos e padrões familiares. Para contato direto, me chame no WhatsApp: (11) 96635-1646.

A injustiça sistêmica nas famílias é um fenômeno silencioso, mas profundo, que pode marcar gerações. Para ilustrar, apresento a história fictícia de Luiza, criada para refletir como padrões de favoritismo e desigualdade podem afetar a vida de uma pessoa desde a infância.

Luiza nasceu nos anos 70, em uma época em que ainda não havia ultrassom disponível. Antes do seu nascimento, seus pais esperavam que ela fosse homem. Quando Luiza veio ao mundo, sobre seus ombros recaiu o desânimo de seus pais, que não correspondiam à expectativa de gênero desejada.