Visão Sistêmica da novela Por Amor, novela de Manoel Carlos
O Casamento de Maria Eduarda e Marcelo
Daniela Pires
7/12/20253 min ler


No episódio exibido no dia 12/07/2025 da novela Por Amor, agora no ar pelo canal Globoplay Novelas, assistimos a uma cena clássica e extremamente simbólica: o casamento de Maria Eduarda e Marcelo. Uma sequência carregada de emoção, beleza… e, também, de profundas desarmonias sistêmicas que merecem ser olhadas com atenção.
A novela Por Amor, de Manoel Carlos, foi ao ar entre outubro de 1997 a maio de 1998, como sempre todas as novelas de Manoel Carlos encantam com sua trilha sonora impecável com Jazz e bossa nova e com diálogos que tocam a alma. Mas no capítulo 6, por trás do glamour da cerimônia, o episódio revela um enredo denso e repleto de exclusões — tema que trato com profundidade nos meus livros sobre Constelações Familiares.
Logo de início, vemos uma exclusão grave: Maria Eduarda não permite que o pai alcoólatra entre com ela na igreja e o pior nem mesmo sequer enviou um convite formal a ele. Com vergonha de suas origens, a noiva prefere apagar essa parte da sua história, como se fosse possível arrancar raízes sem causar dor. Na visão sistêmica, o alcoolismo já é, por si só, um sintoma de exclusão dentro do sistema familiar. Ao ignorar o pai e negar sua presença no rito de passagem mais importante de sua vida, Maria Eduarda alimenta essa dor nele.
O pai, mesmo sem convite, assiste à cerimônia escondido ao fundo da igreja, suado, embriagado e emocionalmente ferido. Na saída dos noivos, ele se aproxima, alterado, pedindo para ver a filha. É retirado à força e agredido pelos seguranças. Quem o socorre é César, outro personagem excluído da vida de Maria Eduarda — e que, ironicamente, foi peça importante em sua trajetória. Mais uma vez, o sistema reage as exclusões.
Mas as exclusões não param por aí. Durante a festa, a mãe de Maria Eduarda — aquela que fez tudo por amor a ela, que lutou e se sacrificou pela filha — também é deixada de lado. Não sai nas fotos, não dança a valsa, é ignorada publicamente. A noiva chega a empinar o nariz ao passar por ela, como se essa mãe não fosse ninguém. No entanto, foi essa mulher quem segurou a barra, quem criou Maria Eduarda sozinha, quem sonhou os sonhos por ela.
A atitude da filha é o retrato de uma criação desequilibrada. A mãe, ao tentar proteger demais, não permitiu que Maria Eduarda passasse por frustrações, desafios ou aprendizados. Criou uma filha mimada, que não sabe reconhecer, nem incluir, aqueles que fizeram parte da sua história.
Do ponto de vista das Constelações Familiares, essas exclusões geram desequilíbrios profundos. Quem exclui a mãe, corta o próprio fluxo da vida. Quem exclui o pai, perde a força de se posicionar, de dizer “não”, de conquistar e prosperar. Maria Eduarda, no auge da sua juventude, pode não perceber agora. Mas, no futuro — e a novela, com quase 30 anos desde a exibição original, nos permite essa reflexão — ela verá que no álbum do seu casamento não existe uma foto sequer com a própria mãe.
Esses temas são tratados em detalhes no meu livro As Constelações Familiares e a Linguagem do Corpo, onde dedico vários capítulos inteiros às exclusões familiares e aos efeitos que elas têm em nossos relacionamentos, saúde e vida financeira.
A novela Por Amor é uma obra-prima que, quando observada com o olhar sistêmico, revela lições valiosas sobre pertencimento, reconciliação e amor verdadeiro. Continuarei escrevendo resenhas com essa abordagem aqui no blog. Acompanhe!
Com amor, Daniela Pires Zecchini
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